Tem dias assim,
em que acordo
com o coração carregado,
de medos, incertezas e dúvidas,
questionando meus caminhos,
aqueles que acertei,
aqueles onde deveria ter entrado
e não entrei.
E paro e penso
nas coisas que deveria ter dito,
e por medo não disse,
e aquelas que disse,
por raiva, desespero e incompreensão,
e que jamais deveria ter dito.
Penso na Vida que tenho,
na que tive, na que me resta,
no tempo que se esgota
a cada tic-tac do relógio,
nas oportunidade que perdi
e não voltam mais,
na menina que sonhava
chegar a algum lado,
e que acabou chegando
a lado nenhum.
E percebo como sou frágil e falível,
e como ainda não aprendi nada,
quando deveria ter saído já
do lugar de coisa nenhuma.
E compreendo que tenho que ser
mais humilde, mais branda, mais grata,
e menos arrogante e senhora do meu nariz.
Afinal, só continuo aqui,
porque Alguém não me deixou
ir embora.
Talvez ainda haja
uma ténue Esperança de Felicidade
para mim.
E por isso, só por isso,
continuo todos os dias,
a minha Caminhada.
