domingo, 31 de outubro de 2010

Abraços... Abraças?

Com todo este processo por que se passa, muita coisa muda em nós. Dizia, por este dias, ao meu médico de família, que durante este tempo a nossa vida anda a uma velocidade demasiado rápida, que nos obriga a crescer, ou a evoluir mais depressa que o normal. no entanto, o Mundo gira da mesma forma e à mesma velocidade.

Assim, muda-se. Muda-se muito. E uma das maiores mudanças que me ocorreram, foi o facto de toda a gente me começar a abraçar. Sempre fui avessa a contacto físico entre os outros  e eu. Ttalvez devido a uma infância complicada, ou talvez não... Contudo, a verdade, é que, nas desgraças, as pessoas abraçam-se umas às outras... Ou simplesmente nos abraçam por perceberam o quão perto poderão estar de nos perderem.

Hoje, sempre que me pedem um abraço, ou que me querem dar um abraço, já não fujo, como se estivessem a aprisonar-me. Hoje, disfruto dessa troca de energia, desse contacto de coração com coração, e percebo o quão tola fui durante anos, por achar que o abraço era sinal de fraqueza. Acredito também que, aquilo que parece fazer de nós frágeis, é o que de facto nos faz mais fortes. E o Amor que desenvolvi pela Humanidade, tornou-se de tal forma desmesurado, que hoje entendo o abraço e o toque como uma prenda que podemos oferecer aos outros...

Hoje, eu abraço e deixo-me abraçar. E é maravilhoso, embora haja pessoas que adoraria abraçar, mas que jamais terei coragem de o fazer, pois a minha perspectiva do Mundo é difderente da maior parte das pessoas. Um abraço é somente isso, um abraço. E não quero que me interpretem mal, pensando que estou desiquilibrada, frágil, procurando "colo"...E, na verdade, há abraços que são somente trocas de energias. Energias de gratidão, de admiração, de amizade, de carinho e de conforto.

A todos aqueles que me ajudaram, apoiaram, me fizeram sorrir, ajudaram a pôr em prática os meus sonhos e as minhas ideias, o meu mais terno, doce e grato abraço... Apesar de não ter ainda, por vezes, coragem de vo-lo dar...

Eu abraço. E tu, abraças?...

1 comentário:

  1. Olá Anabela,
    Eu não abraço muito. Só mesmo os meus filhos e o meu marido. Também fui sempre avessa a grandes contactos físicos, a grandes demonstrações de carinho, a bonitas palavras... Perdi a conta ás vezes que via a minha mãe aos abraços à minha irmã mais nova e fazia caretas de impaciência. Fui muito influenciada pelo meu pai, que era um homem duro, frio, quase marcial. Qualquer demonstração de carinho era "pieguice" e fraqueza de carácter. Cresci a fugir das pessoas e a esconder-me do mundo. Quando comecei a ser "mocinha", e veio a idade dos namoros, mudei de opinião. Desforrei-me de tal maneira da falta de abraços e beijos, que "pus as minhas contas em dia". Hoje, estou mais equilibrada, ou gosto de acreditar que estou. Não distribuo abraços e beijos, mas já consigo dizer coisas bonitas quando as sinto, e já gosto de ouvir coisas bonitas, quando mas dizem. Mas, no fundo, continuo aquela menina bicho do mato, e se peço um abraço a alguém, é porque estou mesmo a pedir "colo", frágil e desequilibrada. Acho que deixei passar aquela fase da vida, em que se aprende a conviver com as outras pessoas e a ser sociável. Fiquei assim, um misto estranho de alegria e tristeza.
    Beijinhos,
    Glória

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