Tocam-nos na Alma as acções,
e perdemo-nos no meio da irrealidade
de nossos pensamentos fugazes, vazios,
às vezes importantes, outras nem por isso.
Tocam-nos no coração os sentimentos,
as breves intuições, os olhares, os abraços,
as coisas vãs e pequeninas
que se encolhem para terem espaço
nesse nosso reservatório de vida.
Tocam-nos as mãos, os olhares,
tocam-nos os sorrisos suaves, as palavras subtis,
aquelas que não se dizem, mas se adivinham
nos lábios daqueles que amamos.
Toca-nos a Vida, toca-nos a Morte,
toca-nos o Destino, toca-nos o Sonho,
toca-nos tudo, sem que sequer nos toque de verdade.
Somos criaturas estranhas, bizarras,
sombrias e luminosas, tão paradoxas,
tão contrariamente desencontradas de nós.
E ao sermos TOCADOS, somos,
qual instrumento desafinado, desafiado a tocar,
nas cordas, ora retesadas, ora demasiado soltas
deste instrumento fundamental, chamado VIDA.
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