As pessoas sempre dizem que sou triste, que escrevo sobre coisas tristes, que deveria ver a Vida com mais alegria e optimismo...
O que as pessoas não sabem, e talvez nunca venham realmente a saber, é que, apesar de tudo, até sou bastante optimista, e consigo controlar os meus medos, a minha tristeza e a minha amargura...
Quando se cresce pensando que não valemos nada, que nada do que fazermos tem valor, que todos são melhores que nós, que somos feios, gordos, estranhos, acabamos por nos isolarmos do Mundo, a tal ponto, que acreditamos que tudo quanto nos incutem é verdadeiro, e que de facto somos um impecilho, um estorvo, alguém inacabado, inadaptado e diferente.
Hoje, ensino os meus filhos, que a diferença é positiva, quando dela são consequentes o amor, a verdade, a inteligência, a dignidade, a nobreza de espírito, entre muitas outras coisas que se foram perdendo com o evoluir desta sociedade em que vivemos.
Não temos que ser "cordeiros" e dizer "sim" a tudo! Temos antes que aprender a discernir, dentro de nós mesmos, aquilo que vai de encontro à nossa Paz de consciência, à nossa Paz de Espírito.
Escrever sobre os nossos fantasmas, faz com que os exorcizemos, façamos catarse de tudo quanto tivemos que "enterrar" no fundo nosso inconsciente, e ultrapassemos o nosso passado, da melhor forma que conseguirmos.
Por isso, julgo eu, o maior instigador à criação, seja talvez o sofrimento, transformado em solidão, em incompreensão, em tristeza. Assim, quando leres algo triste, não penses "que seca!", "que dramático!". Tenta ser solidário e pensa que, por trás de um poema triste, está quase sempre alguém que passou por sofrimento, e que em vez de esmurrar paredes, dizer palavrões, ou fazer sofrer os outros, resolveu escrever sobre isso.
Acho que, vale a pena pensar nisto!!
Olá Anabela,
ResponderEliminarConcordo inteiramente consigo! Escrever é uma forma muito bonita de exorcizar os nossos fantasmas e os nossos medos. E, para quem tem o dom de escrever bem, como a Anabela tem, resulta na perfeição.
Se nem toda a gente compreende, paciência. Nunca se consegue agradar a todos, não é verdade? E o objectivo também não é esse.
E, claro, escrever é muito mais lindo do que magoar os outros, dizer palavrões ou esmurrar paredes. Continue sempre, da forma que quiser, da maneira que bem entender. Os chamados "versos tristes" têm o seu público garantido, todos os que têm sensibilidade suficiente para os apreciar.
Muitos beijinhos,
Glória