Estranha forma de amar
esta que parece vir
do fundo de uma Alma desapegada.
Sente-se a ausência,
sente-se a teimosia em não se estar,
sente-se a vontade de abraçar,
mas esse impulso retem-se
para que nada aconteça.
O amor não devia ser assim.
Devia ser claro, natural,
cristalino como a água dos rios.
Deveria ser dito, falado, escutado...
Jamais, jamais escondido.
A beleza que sentimos
dentro do peito, na Alma,
dá vontade de gritar,
de contar aos quatro ventos,
como somos felizes, como amamos...
Porquê esconder?
Porquê fazer de conta que nada se passa??
O ser humano é tão tolo
na sua busca de superioridade,
que esquece que a simplicidade
facilita a nossa Vida.
Já disseste hoje que amas alguém?
Ou estás à espera
pela hora certa, pelo momento correcto?
Já pensaste que tal pode não surgir?
Vai, corre, diz-lhe...
Sussurra-lhe ao ouvido,
escreve-lhe um bilhete,
ou grita o mais alto que puderes...
Mas fá-lo!
Amanhã, poderá ser já tarde de mais.
Olá Anabela,
ResponderEliminarSabes que me apetecia fazer agora no fim de ler o teu poema? Seleccionar, copiar e colar no email de uma certa pessoa a quem eu adoro. Certamente que o faria, se ele por acaso fosse ler... Tiraste-me todas as palavras da boca! Estranha forma de amar têm as almas desapegadas! Tão diferente da nossa, tão aparentemente fria e distante... Mas não é! Só não conseguem demonstrar, não conseguem até perceber, nem exprimir o que sentem. Sabes o que fico a pensar? Será que algum dia, pessoas assim vão dar conta de que a felicidade esteve mesmo parada á sua porta, e que eles tiveram medo de abrir, para a deixar entrar? Será que quando se derem conta, vão correr atrás do tempo perdido, das pessoas perdidas? Será que as pessoas ainda vão estar lá para eles? Demorará muito tempo?
Amanhã pode ser já tarde demais, como dizes no teu poema... Amanhã ainda podia ser, para mim. Mas o tempo de toda a gente tem fim.
Gostei muito, muito do poema. Beijinhos para ti, amiga
Glória