terça-feira, 31 de agosto de 2010

Continuar a Viver

Depois de todo o stress e ansiedade gerados pelo aparecimento e consequente tratamento da doença, muitas de nós, passada toda esta fase, se perguntam sobre o que fazer a seguir, dado que nada é igual ao que era, mas que temos que continuar com a nossa Vida.

Ao ser-nos dada uma nova oportunidade de viver, parece-me por bem aproveitar. Aproveitar, para mim, significa ter a coragem de tentarmos fazer aquilo que sempre achamos íriamos ter tempo para fazer mais tarde. Como todos nós já demos conta, o mais tarde pode acontecer mais cedo do que aquilo que contamos. Assim, penso que devemos VIVER no sentido lato da palavra... Ou seja, não vegetarmos, mas vibrarmos todos os dias, dando graças a Deus por mais um dia que nos é dado.

Desistir não é palavra para o dicionário daqueles que lutam todos os dias pela Saúde nas suas vidas. Há batalhas a travar, mas travêmo-las através da Alegria e do Amor ao Próximo. Sejamos exemplo de Vida, para que todos aqueles que nos vêem saibam, que apesar de todas as limitações causadas pelos tratamentos, pelas cirurgias e pela doença, não ficamos parados com pena de nós próprios.

A nossa função, obrigação e missão, é VIVER, passando o testemunho da Vida a todos quantos se sentam na tentação de desistir.

Só assim estaremos fazendo justiça à segunda oportunidade que nos foi dada.

Por isso, continuem a Viver, e sejam Felizes....

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

O "Porquê" do Reiki

Há já muitos anos que sentia curiosidade sobre esta terapia complementar. Quando me foi diagnosticado cancro, tinha-me finalmente inscrito para fazer o I Nível de Reiki, coisa que fiz, exactamente 10 dias após ter feito a minha primeira quimio.

Sei que, para muitos, o facto de eu constantemente afirmar que o Reiki me ajudou imenso, durante os tratamentos, parece quase uma piada, pois aparentemente o Reiki parece coisa de filósofos ou sonhadores, pessoas que apelam ao Amor e pouco mais...

Mas, a verdade é que a partir do momento que fui sintonizada  (I Nível de Reiki), comecei a fazer auto Reiki, e a verdade é que fiz oito tratamentos de quimio agressiva a trabalhar, e aquando da minha cirurgia, (que aconteceu depois da quimio visto os meus tumores serem muito grandes), os resultados não poderiam ter sido melhores, dado que houve uma resposta quase completa em termos de cura!

Por isso, deixo aqui o apelo: experimentem... Talvez valha a pena!!

sábado, 21 de agosto de 2010

A ajuda...

Se, hoje em dia, a depressão é uma das doenças mais presenciaias da sociedade, é perfeitamente plausível dizer que ela é quase uma constante nas pessoas com qualquer tipo de cancro.

Para além do efeito físico nefasto da quimio no cérebro, existem todas as outras agravantes psicológicas inerentes à doença.

Contudo, existem formas de podermos controlar a depressão. Claro que a primeira e a mais utilizada, são os antidepressivos e calmantes. No entanto, há que fazer algo mais, no sentido de tornarmos a dependência menor e sermos capazes de, no fim dos tratamentos e após finalizar este ciclo de transformações, sermos capazes de ter uma vida normal, dentro de que é possível a doentes oncológicos.

Não podemos deixar-nos levar pela dor. Há que ser persistentes e lutar para voltarmos a encontrar a alegria de viver, para voltarmos a ser o tipo de pessoas que éramos anteriormente, e para podermos também ajudar todos quantos estão no início desta caminhada e se sentem tão assustados como nós nos havíamos sentido.

Ao termos uma segunda oportunidade na Vida, ao sermos um exemplo de que Deus dá segundas oportunidades, não podemos perder um minuto sequer. Temos que vivenciar a Vida o melhor possível todos os dias e não desperdiçar este dom maravilhoso que é estarmos vivos.

Por isso, AJUDEM todos quantos estão neste momento a iniciar a caminhada.

A AJUDA é ferramenta poderosa para a nossa felicidade e contribui imensamente para a felicidade dos outros.

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

A diferença...

Quando fiquei doente, achei que jamais conseguiria suportar todos os inconvenientes físicos inerentes aos tratamentos da doença, e o que vinha em primeiro lugar era, sem dúvida, a perda de cabelo.

Em consequência desse facto, decidi que jamais ía pensar nesses assuntos, pois queria reservar as minhas forças para o que considerava de facto importante: o manter-me o mais saudável possível dentro do que a doença me permitia.

Contudo, não foi o facto de ter que rapar o cabelo antes de este cair, nem foi o facto de estar constantemente mal disposta e dorida, nem sequer o ter que viver com uma sentença de morte pendente, que se tornou difícil de ultrapassar... Foram as pessoas. As pessoas que conviviam comigo, e que aos poucos se foram apercebendo do meu estado, e que me foram abandonando, devagarinho e em silêncio, que quase destruiram a minha Alma. Pois, se há coisa de que de facto precisamos, é de nos sentirmos normais. No entanto, a solidão que se instala, os olhares de soslaio, o fazerem de conta que não nos viram, para não encararem frontalmente as diferenças fisionómicas que vão ocorrendo no dia a dia dos tratamentos, tornam-se quase insustentáveis.

Assim, apelo a todas que neste momento estejam a passar por esta situação, para que não desanimem. A culpa não é vossa. Se calhar nem deles, que fogem de nós. A culpa é desta sociedade que tornou este assunto tabu, que fez do Cancro um monstro, e que faz de todos quantos forem atingidos por ele, verdadeiros mutantes...

Falem, sem receio de incomodarem, para que todos percebam que não são os doentes que têm que disfarçar as alterações nefastas da quimio... São vocês que precisam de ajuda, de conforto, de consolo e de carinho. Então, por que é que são vocês que confortam e consolam e ajudam, aqueles que, supostamente deveriam estar a fazer isso convosco?

A sociedade tem que mudar, para que o doente oncológico se sinta mais normal, menos incomodativo e mais integrado.

A doença já é preocupação suficiente. Tudo o quanto é necessário para os doentes prosseguirem sem medo. é dar-lhes AMOR. A DIFERENÇA mata...