terça-feira, 30 de agosto de 2011

VIVER A VIDA

Quanto te quero,
ver-te aqui, perto de mim,
assim como era antigamente,
quando conversávamos alegremente,
sem os problemas que a Vida nos trouxe...
Éramos felizes, livres, soltos,
e a Vida ainda não tinha sido,
assim madrasta, assim severa,
e ríamos tão livremente,
que era em nós natural esse sentir.

A Vida passou, deixou marcas,
cicatrizes, manchas feias, tantos traumas.
Ficamos juntos, mas sós. Separados.
Arrasados pelo peso dos compromissos.
Esquecemos quase nosso amor,
esquecemos o que nos manteve unidos.
E quer um, quer outro, talvez tenhamos
tido sonhos que a ambos nos traíram.
E travamos batalhas tão diferente,
juntos mas sempre separados.

E agora mal sabemos conversar,
e os carinhos são gestos quase agrestes,
pois perdemos a capacidade de partilhar...

Tenho saudades tuas e gostaria de ter-te ao pé de mim.
Gostava que o tempo voltasse atrás,
e de nunca nos termos perdido um do outro,
neste Universo imenso que é a Vida.

Como gostaria de ter-te aqui assim,
como era nosso antigamente.



.

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Menino Amargurado


Meu 1º texto publicado na Página Jovem, do Jornal "O Comérico do Porto", em 2 de Julho de 1989, no dia seguinte ao meu 15º aniversário.


Triste, só, desamparado,
vagueia sozinho pela estrada...
É pequenino, é engraçado,
é um menino de cara cansada.
Os caracóis louros
emolduram-lhe a cara,
a cara magra mostra a fome,
a fome triste da pobreza que sara,
a alegria daquele que come
e que não sabe o que é a fome
daquele menino lindo e cansado
que vagueia sozinho pela estrada
e que não sabe o que é ser amado.
Um dia, menino, a tua glória virá...
Eu irei ser testemunha
da tua glória amargurada,
da glória de um menino que sonha!

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Consciência Terrena

Ele há dias em que desanimamos, e ele há dias em que pegamos em nossa Vida e caminhamos em frente. Umas vezes sentimo-nos pequeninos e feios, outras, maravilhosos e excepcionais. Por vezes carregamos medos e frustações... Por  vezes carregamos connosco o imenso amor que sentimos pelos outros, pelo Mundo, pela Vida!

Não há Ser, neste Mundo, mais fantástico que o Ser Humano, pois nunca desiste, cai e levanta-se e recusa-se a ceder às vicissitudes. Coloca a sua carga aos ombros, de todas as vezes que ela cai, e consegue, mesmo assim, ajudar seu irmão. Tem a capacidade de se apaixonar para a Vida toda, ou de viver o amor de uma Vida em segundos. É cheio de paradoxos, e destrói-se com facilidade. Mas, reenventa-se todos os dias, renascendo, tal Fénix saída das cinzas.

E, só por hoje, sinto-me feliz por estar aqui neste Mundo, fazendo parte desta realidade. Só por hoje, permito-me o direito de ser como qualquer outro ser neste Planeta, vivendo, sorvendo o ar, respirando a energia que existe na natureza, na terra, na chuva e no sol.

Só por hoje, vale a pena ser humana.

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Se fosses uma árvore...

Se eu fosse uma árvore, seria grande e frondosa...
Teria imensos ramos e folhas perenes,
que jamais deixariam de dar abrigo do sol e da chuva
a todos quantos dele precisassem
e serviria de lar a muitos e muitos pequenos animais.

Seria muito alta, e estaria situada no cimo de uma pequena colina,
onde pudesse ver tudo em redor, mas não muito longe de meu bosque,
para que não me sentisse só, sem a companhia das outras árvores.

De manhã, os pássaros seriam meu despertar,
e à noite as corujas e os morcegos, far-me-iam companhia.
Durante o dia, seria abrigo de namorados secretos
e guardar-lhes-ia, com prazer, seus segredos.

Pretegeria as crianças do sol de verão,
e meus ramos e folhas seriam manto de abrigo,
para os que buscam um pouco de aconchego no exterior de suas casas.
Teria um rio por perto, para podermos conversar.
Eu contar-lhe-ia o que ouvia junto ao céu,
e ele o que ouvisse em terras longínquas, junto da nascente.

Se eu fosse uma árvore, estaria bem presa no solo,
com raízes profundas, que ciclone algum pudesse destruir.
Mas, ao mesmo tempo, estenderia meus braços ao céu,
e estaria mais perto dos pássaros, das nuvens e do Criador.

Se eu fosse uma árvore, seria feliz, pois apesar de presa ao chão,
conseguira certamente, executar com sucesso minha missão:
fazer dos que dependem de mim, pessoas felizes.


segunda-feira, 22 de agosto de 2011

INTEMPORAL

Quanto tempo
tem o tempo
para nos aturar?

Quanto tempo,
tira o tempo,
p'ra nos ensinar?

Quanto tempo
damos ao tempo,
p'ra podermos aprender,

Que sem tempo,
não há tempo
que nos faça crescer?...

Tempo, querido tempo...

Tempo que, com o tempo, se vai.
Não se compra, não se vende,
não se perde, nem se ganha...
Tudo é ilusão...

O tempo passa
por todos nós,
tal cronómetro,
"contando" a Vida.

Quanto tempo
tem o tempo,
para cada um de nós??

domingo, 21 de agosto de 2011

Férias...

Achamos que vale a pena sair de casa, para termos um pouco de descanso, saindo da nossa rotina, achano que, pelo facto de estarmos num lugar diferente, a nossa Vida se torna, de repente, diferente também.

Claro que tudo não passa de um triste engano, quando as pessoas que nos rodeiam, estão, de facto, de férias, e nós continuamos na nossa lida diária, porque ninguém se sabe organizar, criar rotinas, ou viver, sem ter quem os coordene.

Eu precisava de férias... Precisava de respirar, dormir, deitar-me e levantar-me sem canseiras... Mas, a verdade, é que isso será, simplesmente impossível. Mudei de cenário, mas não mudei de vida: Não que acreditasse piamente que isso iria acontecer, mas penso que sempre reservo grande esperança de que isso venha a acontecer.

Enfim, e de quem será a culpa, senão de mim mesma, que estou sempre pronta a ter tudo organizado, para que todos possam disfrutar de todos os momentos??? E continuo sem coragem, ao fim de todos estes anos, de mudar essa tendência....

Férias??? Seria mesmo, mesmo bom!!

Boas férias a todos!!! :)

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Caminhantes de Luz - Texto com o qual concorri ao concurso "CONTE CONNOSCO" - classificação: 86º Lugar - Obrigada pelos Vossos Votos!

Quando a nossa Vida depende de outros, e quando somos salvos por eles, há que prestar tributo a esses Homens e Mulheres que fazem caminhadas difíceis connosco, e que se tornam parte integrante de nossas Vidas.

 
É noite e sinto-me só. Acabei de saber que tenho cancro e, aos 35 anos, com dois filhos pequenos e montes de coisas para pagar, a escuridão que se abate sobre mim, é imensa. Contudo, penso em todos os outros que, como eu, também descobrem que, afinal a Vida não dura para sempre, e às vezes pode acabar muito antes que o que esperamos.
O caminho a trilhar será difícil, mas não há lugar para a derrota. O único objectivo, nesta luta pela vida, tem que ser VIVER. Reviro-me na cama, pensando em todos quantos se irão preocupar comigo, em todos quanto meu sofrimento e minha eventual ausência poderá tocar. Não choro. As lágrimas não têm, neste momento, lugar para poderem, sequer remotamente, existir.
As pessoas que encontrei ao longo da caminhada, depois dessa noite muito escura, foram a Luz de meus dias cinzentos, incertos e sofridos. Foram a minha Esperança nas horas em que pensei em desistir, foram a razão de meu sorriso em todos os dias durante esse longo ano.
A quimioterapia durou seis meses. Foram os piores e os melhores meses da minha vida. A sala de tratamentos permanece em minha memória, como um local cheio de alegria, enfermeiros e enfermeiras cantarolando, brincando com os nossos “cateteres malandros” que por vezes não funcionavam, tratando-nos sempre com o maior respeito, amizade e carinho pelas nossas tantas queixas e lamentações.
Sempre saí dali com a Alma lavada, com a Esperança renovada, de que, desta vez, os efeitos secundários iriam passar mais depressa. Nesses oito tratamentos, conheci pessoas fabulosas, que falavam da doença como a melhor coisa que lhes aconteceu na vida, pois, apesar de tudo, agora sabiam quem realmente as amava, viam o Mundo sob outro ângulo, e a morte como uma continuidade da Vida, onde, certamente, se sofreria menos. Trocávamos contactos, experiências, sorrisos e lágrimas de comoção. Não existe nada igual ao elo que se cria entre seres humanos em sofrimento, pois o egoísmo, a hipocrisia e a vergonha de nos mostrarmos como somos, desaparecem, e podemos ser NÓS mesmos…
Víamo-nos sem cabelo, sem unhas, inchados, com a pele queimada, mas lutando, pois continuávamos vivos.
Quando finalmente, chegou o dia da cirurgia, voltou a ficar de noite para mim, e nova escuridão se apoderou de meu espírito. Rezei a Deus, pedi aos céus, que não me abandonassem, que me dessem força, para permanecer forte até ao fim, para não chorar na hora da despedida dos entes queridos e de meus queridos e adorados filhos… Que medo tive de não voltar a vê-los, de perecer na mesa de operações, de não poder nunca mais abraçá-los e sentir-lhes o cheiro doce de criança.
Numa fracção de segundo, diante de meus olhos que não choraram, revi todos os momentos chave daqueles últimos seis meses: o diagnóstico, os exames assustadores, o primeiro tratamento, eu a rapar a minha cabeça quando o cabelo começou a cair em catadupa, a colocação do cateter, as primeiras dores, a véspera de Natal em que fiz quimio, o último tratamento, e o dizer “adeus” ou “até breve”, a todos aqueles que naquela sala me ajudaram.
Por eles, por tudo o resto, e acima de tudo, por mim, virei as costas e entrei no carro, sem olhar para trás. Há luxos aos quais não temos direito…
Foi na antessala do bloco operatório, minutos antes de me administrarem a anestesia, que me permiti chorar durante uns segundos, depois de me ter apercebido que, se o não fizesse, algo dentro do meu peito iria rebentar.  Precisava tanto de parar de representar, de parar de fazer de conta que estava tudo bem, que não me doía nada, que o eu ter cancro não era nada do outro mundo, e que o facto de eu estar prestes a ser submetida a uma mastectomia, não alteraria em nada o facto de me tornar uma mulher diferente das mulheres comuns… Estava tão cansada de ser forte… Por isso chorei.
Quando acordei da cirurgia, não queria acreditar! Estava viva!... Os dias que se seguiram, os tratamentos de radioterapia, os curativos, tudo passou tão rápido, pois minha ânsia de voltar a viver era tanta, que só queria que o tempo passasse depressa, para sentir forças novamente, para voltar a ter cabelo, para poder brincar com os meus filhos… Existia em mim uma força de viver, uma alegria, uma quase histeria na sobrevivência, que fez com que a recuperação fosse uma fase de alegria, e jamais de sofrimento.
Os amigos que fiz no IPO, as pessoas que me trataram, desde médicos, a enfermeiros, a radioterapeutas, a pessoal auxiliar… Esses são meus “Caminhantes na Luz”, pois todos os dias lidam com um sofrimento difícil de igualar, todos os dias vêem no alto de nossas cabeças, a “espada” que se encontra pendente, e que a qualquer segundo pode ser desferida.
Quando descobrimos que temos cancro, valorizamos tudo ao milímetro: a luz do sol, o vento, o Verão e o Inverno, as pessoas, os aniversários, pois nunca sabemos qual será nosso último acontecimento positivo. Ficamos mais sensíveis, mais do “lado de lá” do que do de cá, e o Além, surge, por vezes, como um conforto face ao sofrimento e à dor. Mas, a luta pela Vida que travamos todos os dias, faz-nos perceber, que sem o sabermos, adoramos imensamente VIVER, e que só faremos a “travessia” para o outro lado da Vida, quando chegar nossa hora de embarcar nessa jornada…
A solidão em que a sociedade nos força a viver, quando não temos cabelo (principalmente), faz com que nos tenhamos que nos tornar no nosso melhor amigo, e, finalmente, conseguimos olhar para o interior de nosso coração e percebemos que, afinal, somos seres com muita Luz também.
Ao longo desta caminhada, que continuo a fazer, e que tem corrido melhor do que esperava, fui perdendo companheiros de batalha, e todos os dias penso em quantos mais irei perder antes que chegue a minha hora de partir também. No entanto, foi-me dada uma segunda oportunidade, que pretendo partilhar com todos… Continuo a poder abraçar os meus filhos, e a sentir-lhes o cheiro doce… Foi-me permitido viver um pouco mais e acompanhar o seu crescimento e estar presente quando precisam de mim. Todos os dias agradeço a Deus, a oportunidade que me deu de viver um dia mais, para além dos muitos que contava em não viver. Porém, dentro da solidão a que o estigma da doença nos condena, aqueles que olham para nós com amor, com carinho e compreensão, sem aversão ao nosso aspecto e às cicatrizes físicas e emocionais, esses são os nossos verdadeiros salvadores. Aqueles que, apesar de terem real consciência do nosso estado, jamais deixaram de nos transmitir esperança e confiança no futuro.
Hoje, as minhas noites já não são assustadoras e escuras. Apesar de ter escolhido viver, a Morte surge, por vezes, como uma companheira sedutora, que fará com que a “espada” desapareça de cima de minha cabeça. Contudo, devo a Luz que carrego dentro de mim, a todos aqueles que nunca desistiram de acreditar que viver era a única opção de que eu dispunha. Foram meu farol em dias de tempestade, foram aqueles que me guiaram para fora da tristeza e do desespero. Por isso lhes chamo da Luz, Caminhantes…
É noite e tenho 37 anos. Neste momento não tenho cancro. Olho meus filhos dormindo sossegadamente, e dou-lhes muitos beijinhos como faço sempre. Ao desligar as luzes sorrio. Descobri que a única LUZ de que preciso, está dentro de mim. E que ela me foi doada por todos aqueles que, na escuridão, conseguiram VER. A minha gratidão será eterna. O amor que sinto por eles, infinito. E eu, humildemente, tentarei passar essa LUZ, a todos quantos que, como eu, viveram assustadoras noites de escuridão.

sábado, 13 de agosto de 2011

Banalidades sobre...

As pessoas sempre dizem que sou triste, que escrevo sobre coisas tristes, que deveria ver a Vida com mais alegria e optimismo...
O que as pessoas não sabem, e talvez nunca venham realmente a saber, é que, apesar de tudo, até sou bastante optimista, e consigo controlar os meus medos, a minha tristeza e a minha amargura...

Quando se cresce pensando que não valemos nada, que nada do que fazermos tem valor, que todos são melhores que nós, que somos feios, gordos, estranhos, acabamos por nos isolarmos do Mundo, a tal ponto, que acreditamos que tudo quanto nos incutem é verdadeiro, e que de facto somos um impecilho, um estorvo, alguém inacabado, inadaptado e diferente. 

Hoje, ensino os meus filhos, que a diferença é positiva, quando dela são consequentes o amor, a verdade, a inteligência, a dignidade, a nobreza de espírito, entre muitas outras coisas que se foram perdendo com o evoluir desta sociedade em que vivemos.

Não temos que ser "cordeiros" e dizer "sim" a tudo! Temos antes que aprender a discernir, dentro de nós mesmos, aquilo que vai de encontro à nossa Paz de consciência, à nossa Paz de Espírito.

Escrever sobre os nossos fantasmas, faz com que os exorcizemos, façamos catarse de tudo quanto tivemos que "enterrar" no fundo nosso inconsciente, e ultrapassemos o nosso passado, da melhor forma que conseguirmos.

Por isso, julgo eu, o maior instigador à criação, seja talvez o sofrimento, transformado em solidão, em incompreensão, em tristeza. Assim, quando leres algo triste, não penses "que seca!", "que dramático!".  Tenta  ser solidário e pensa que, por trás de um poema triste, está quase sempre alguém que passou por sofrimento, e que em vez de esmurrar paredes, dizer palavrões, ou fazer sofrer os outros, resolveu escrever sobre isso.

Acho que, vale a pena pensar nisto!!

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Impossível...










Translúcida, que seja, a tua pele,
transparente que seja meu sentimento...
Não mais importa  a impossibilidade
de alguma vez podermos ficar juntos...

A plena consciência
do que não existe,
mantem-me forte da exclusão
com que tratas tamanho sentimento...
É tristeza pura, esta ilusão,
de que sentes o mesmo que eu sinto.

Mas não faz mal, pois na verdade,
meu sentimento pulsa-me o coração.
Sinto a Vida correr-me nas veias,
sinto a beleza da sensação
de, por vezes, achar-me especial,
em minha eterna solidão.

Não fiques triste, meu coração...
Tu e eu, caminharemos juntos,
para rumos eternos  de perdão.


domingo, 7 de agosto de 2011

Alma Gémea

Há esmeraldas em teu olhar,
e brilho que penetra a Alma,
não deixando sequer escapar,
minha réstia de calma...

Teu rosto áspero no meu,
é verdadeira confusão,
será que és tu, serei eu,
com este bater de coração?

Olho em frente porque sei
que não há lugar para nós...
Num caminho me aventurei
Onde sempre estaremos sós...

Solidão que não mata,
mas destrói o coração,
sentimento que nos ata
em tão grande confusão...

E é só em pensamento
que me entrego ao desespero,
Pois o amor foi-se no vento
e já nada mais eu espero...

Mas a beleza que vivi
dentro de meu coração,
jamais a tirarão de mim
pois está fechada em prisão...

O sonho é cadeia
sem grades, correntes ou muros...
É palavra solta ao vento
Com esperança em seguintes futuros...

És Amor meu, Alma gémea,
meu companheiro sem chão...
Nossa  existência é etéria
Eterno nosso Coração...

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Amor de verdade...

Sentir na pele
a pureza de um amor verdadeiro,
o calor que emana
de um sentimento que preenche
de tal forma o coração,
que lá não resta mais espaço
para sentimentos mesquinhos,
é uma benção verdadeira
para os afortunados que tal sentem.


Quando os olhos falam,
quando a mente sente
o pensamento do outro,
sem que as palavras tenham
qualquer significado...
Quando um abraço
é mil vezes mais quente e acolhedor
do que um milhão de fogueiras...

Então saberás que amas verdadeiramente.
Então farás parte dos afortunados
que durante uma vida
têm a  oportunidade de serem felizes.