segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

É NATAL!

Está na hora do Natal!

Está na hora de à vontade do Homem, prevalecer a vontade de Deus. Está na hora do AMOR, da Paz, da Harmonia, da Amizade e da Compaixão... Pena que seja só no Natal, quando todos nós ansiamos por esta altura para deixarmos que o melhor de nós venha à superfície. No fundo, no fundo, procuramos uma desculpa para o BEM, como se fazê-lo seja motivo de vergonha.

Todos os Natais da minha vida foram importantes. O de este ano e o do ano passado, foram especiais, pois não pensei estar aqui para vivê-los. Cada dia se tornou uma dádiva, e cada Natal, para além daqueles que julguei me haverem ter sido dados viver, são uma "sorte grande", uma fortuna de valor incalculável, pois agora tenho consciência da fragilidade e frugalidade da Vida que julgamos possuir, quando de facto, ela nada mais foi que cedida durante determinado tempo, e por tempo determinado.

Aproveitem o Natal, em família, com Amor e Harmonia e Paz e Saúde e tudo o resto que lhe consigam juntar: uma pitada de alegria, um pouco de caridade, um resquício de compaixão por todos quantos não têm a nossa sorte. Recebam o Deus Menino de braços abertos e de coração lavado de mágoas e dissabores.

É hora do Natal. É hora de nos permitirmos ser felizes. Amanhã, poderá já não ser nosso.

Um Santo e Doce Natal. Para todos nós.

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Tempo

O tempo foi-se,
as coisas mudaram,
e permaneceu a ilusão
de que tudo voltaria a ser igual.
Mas, o tempo foi-se...
e já não volta.
E com o tempo se foram
muitas das coisas
que só na recordação permanecem.
E o presente,
sem ter futuro,
é como um passado
que não passou de sonho
e jamais aconteceu.

Se eu voltasse a ter O tempo
seria tudo diferente,
e teria mais cuidado
em não desperdiçar
aquilo que não se pode reaver.

E tudo com O tempo se foi.

domingo, 28 de novembro de 2010

APELO aos PROFISSIONAIS DE SAÚDE!!

Hoje, estou aqui para fazer um apelo!!

Um apelo aos Profissionais de Saúde, que queiram fazer uma "intervention"! A minha experiência pós-cancro tem sido extremamente difícil. O enquadramento social, familiar e conjugal, tem sido quase tão extenuante quanto o foi a quimio e tudo o resto.

Passo a explicar: as pessoas que passam por uma experiência oncológica, ficam mudadas. Jamais verão a Vida através dos mesmos olhos. Tudo será ponderado de forma diferente, desde o tempo de Vida que nos resta, ao tipo de demonstração afectiva que doamos ou necessitamos. Tudo mudou para nós. Ou antes, nós mudamos completamente. A realidade permanece a mesma, conhecemos as mesmas pessoas, mas nós já não somos as mesmas pessoas, e esse sentimento consegue ser avassaladoramente solitário.

Durante o período de tratamentos, cirurgia e exames, existem diversos protocolos que permitem um acompanhento constante do doente oncológico. Após este processo, e se as coisas correrem bem, esse processo continua, mas de uma forma mais distante e menos personalizada. A parte emocional é deixada para trás, e quando queremos falar com alguém, somos enviados para a Psicologia, para que possamos desabafar. Contudo, as consultas são limitadas aos profissionais existentes nas instituições e o que acontece é que se espera meses por uma consulta (e neste caso estou a falar por experiência própria). Se desejamos falar, chorar, gritar e ao mesmo tempo não sermos considerados loucos, vamos ter um grande trabalho pela frente.

Neste contexto, e dado que não tenho conhecimento de Organizações ou Instituições que providenciem apoio emocional e psicológico ao processo pós-oncológico, deixo aqui o apelo aos Profissionais de Saúde que tenham conhecimentos, vontade e alguma disponibilidade, para criarem um Projecto de Apoio aos Sobriviventes Oncológicos, no qual as pessoas possam ter sessões ou reuniões semanais, onde se possam partilhar experiências, traumas, dores, ressentimentos, e todos os outros sentimentos resultantes desta luta, devidamente orientadas por pessoal médico devidamente credenciado e habilitado a providenciar a mediação do diálogo entre os participantes, bem como, dar o apoio necessário àqueles cuja adaptação esteja a ser mais difícil.

No caso das mulheres sobreviventes ao cancro da mama, por exemplo, existe todo um trabalho a ser feito, no sentido de estas mulheres continuarem a ser capazes de viver com as diferenças do seu corpo, com as dificuldades de aceitação da sua feminilidade por parte dos seus companheiros, que por vezes as olham com receio e preocupação, e não com a paixão existente anteriormente. Sentimentos como estes podem ser destruidores e contributores para o novo desencadear do problema. Todos sabemos que grande parte da cura é psicológica.

Assim sendo, espero que um dia alguém pegue numa ideia tipo esta e seja capaz de desenvolver um projecto desta envergadura (isto, caso tal ainda não tenha sido feito! Se o foi, desculpem a minha ignorância!)!

Até lá, fica aqui o apelo de alguém que todos os dias SOFRE na pele tudo quanto foi falado anteriormente e que tenta dar voz a todos quantos passam diariamente por estas dificuldades.

A todos quantos lerem este texto, e ponderarem ajudar, "Bem hajam"!

Obrigada, em nome de todos!

sábado, 27 de novembro de 2010

Tenho estado ausente, numa viagem em que me observo do exterior, como se de outrm se tratasse. Tenho estado ausente numa viagem, através da qual consigo analisar todas as realidades paralelas, todos os destinos possíveis e imaginários que poderia ter tomado, todas os desfechos para as decisões que não tomei e que jamais tomarei.

Sei que a minha Vida teria sido diferente, sei que poderia ter sido mais feliz, ou menos feliz, do que o que sou hoje. Sei que conheceria pessoas diferentes, e que eu seria uma pessoa diferente, masi bonita, ou menos bonita do que aquilo que sou hoje.

O mais interessante, é que, ainda hoje, existem realidades paralelas, em que eu poderia tomar determinadas decisões, ou tornar realidade determinadas acções, que me sinto extremamente compelida a tomar, mas que sei que, através desta viagem que faço ao interior externo de mim, jamais as tomarei.

E se calhar, é por isso que é bom termos consciência, e termos capacidade de vermos os vários cenários erráticos das decisões mal tomadas que poderíamos vir a tomar... para que, de facto, sejamos capazes de não as tomarmos.

Eu sou o que sou e sou como sou porque existiu um percurso que me trouxe até aqui. Bem, ou mal, esta sou eu. Amada, odiada, desprezada, humilhada, enaltecida... nas mais diversas circunstâncias temporais de minha Vida.

E é isto que posso oferecer aos meus, nada mais. Pois, é assim que sou. Sem censuras, nem embelezamentos, nem disfarces: uma pessoa, como outra qualquer...

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

E o céu brilha mais esta noite! Até sempre, meu querido!

E foi hoje, 18 de Novembro de 2010, que o meu querido amigo Paulo fez a Travessia... a Grande Travessia para o lado daqueles cuja Luz brilhará eternamente.

Não existem palavras que exprimam com exactidão suficiente qualquer sentimento que se possa sentir em alturas como esta. Por isso, aqui fica somente o registo do acontecimento, e uma vez mais vos peço que, esta noite, olheis para o céu e rezeis uma oração de agradecimento, pois Deus foi misericordioso, e o Paulo está, finalmente, livre...

Até ao Dia em que nos voltaremos a ver...

Até sempre, meu querido!

domingo, 14 de novembro de 2010

Certezas...

Existe esta confusão
de caminhos que poderiam ser
e que não são
e de conhecimentos
que se cruzam
e que fazem com que me perca
da minha essência ancestral.
Preciso de me encontrar
e não quero continuar perdida
nesta Vida desconexa,
onde tudo parece
e nada é.

Que a certeza esteja
onde Deus quer que ela fique:
dentro de mim
em minha Alma,
pertinho de meu coração.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Paulo...o meu Amigo.

Tenho um amigo. Um amigo que se chama Paulo, e que por estes dias, estará "percorrendo" o último trilho nesta Viagem, nesta incursão neste Planeta.

Eu gosto muito do Paulo. Conheço-o há mais de vinte anos, mas persegue-me a culpa, por não ter falado com ele, não ter procurado por ele durante estes últimos anos. E depois, ele há certas coincidências... O Paulo foi operado a um cancro no estômago oito dias depois de mim, e a família tentou esconder-me esse acontecimento com receio de me fragilizar.

Talvez estivessem certos. Talvez eu me tivesse ido a baixo pensando no porquê de Deus ainda me continuar a poupar a mim, logo a mim... No entanto, eu não sou Deus, e não tenho, felizmente, que decidir quem vive e quem morre. Deus deve ter um cargo muito difícil e solitário, e não lho invejo, de facto.

Aqui deixo hoje a minha homenagem ao doce, pacífico, honesto e amoroso Paulo, cuja vida se conta agora por dias, por horas... E peço a Deus que seja misericordioso, e que se ele tem mesmo que passar para o lado de lá...

Esta noite, rezem uma oração, para que chegando à Casa Verdadeira de onde todos somos, ele possa finalmente recuperar e ser feliz, no seio da Família de Luz que o aguarda.
Amén.

domingo, 31 de outubro de 2010

Abraços... Abraças?

Com todo este processo por que se passa, muita coisa muda em nós. Dizia, por este dias, ao meu médico de família, que durante este tempo a nossa vida anda a uma velocidade demasiado rápida, que nos obriga a crescer, ou a evoluir mais depressa que o normal. no entanto, o Mundo gira da mesma forma e à mesma velocidade.

Assim, muda-se. Muda-se muito. E uma das maiores mudanças que me ocorreram, foi o facto de toda a gente me começar a abraçar. Sempre fui avessa a contacto físico entre os outros  e eu. Ttalvez devido a uma infância complicada, ou talvez não... Contudo, a verdade, é que, nas desgraças, as pessoas abraçam-se umas às outras... Ou simplesmente nos abraçam por perceberam o quão perto poderão estar de nos perderem.

Hoje, sempre que me pedem um abraço, ou que me querem dar um abraço, já não fujo, como se estivessem a aprisonar-me. Hoje, disfruto dessa troca de energia, desse contacto de coração com coração, e percebo o quão tola fui durante anos, por achar que o abraço era sinal de fraqueza. Acredito também que, aquilo que parece fazer de nós frágeis, é o que de facto nos faz mais fortes. E o Amor que desenvolvi pela Humanidade, tornou-se de tal forma desmesurado, que hoje entendo o abraço e o toque como uma prenda que podemos oferecer aos outros...

Hoje, eu abraço e deixo-me abraçar. E é maravilhoso, embora haja pessoas que adoraria abraçar, mas que jamais terei coragem de o fazer, pois a minha perspectiva do Mundo é difderente da maior parte das pessoas. Um abraço é somente isso, um abraço. E não quero que me interpretem mal, pensando que estou desiquilibrada, frágil, procurando "colo"...E, na verdade, há abraços que são somente trocas de energias. Energias de gratidão, de admiração, de amizade, de carinho e de conforto.

A todos aqueles que me ajudaram, apoiaram, me fizeram sorrir, ajudaram a pôr em prática os meus sonhos e as minhas ideias, o meu mais terno, doce e grato abraço... Apesar de não ter ainda, por vezes, coragem de vo-lo dar...

Eu abraço. E tu, abraças?...

sábado, 30 de outubro de 2010

Um clic por todas as MULHERES!

Há alegria na cor e na música e na coragem e nos sorrisos!
Há alegria na Vida! Só precisamos de dar-lhe cor!
E que seja ROSA, pois então!


O lado livre da Vida!!!

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

A sala de Quimio...

Há partes de nós bem mais importantes que este pedaço meu que se foi, para me salvar a Vida. Mas, para os outros, a falta desse pedaço tornou-se mais importante que o facto de eu ter temporariamente ludibriado a morte.

Hoje fui a uma consulta no IPO e constatei que essa consulta se iria realizar no local onde eu fiz os meus tratamentos de quimio. Ao entrar naquela sala, oito meses depois da última vez que lá estive, não vi os móveis dispostos de forma diferente, nem tão pouco as funcionárias novas... Vi-me novamente ali, sozinha, e ao mesmo tempo acompanhado, por tantas pessoas, que como eu, esperavam pela sua vez de serem injectados com aquela droga que nos salva e Vida, mas quase nos destrói a Alma. Hoje, ali, naquela hora, acompanhada por uma amiga, contive as lágrimas por vergonha, e ao recordar aquele momento, deixo que finalmente elas caiam. Se me perguntarem por que choro, nem mesmo eu poderei responder. Há coisas que não se explicam, só se sentem. E talvez, só hoje, oito meses depois, eu me tenha permitido chorar por aquela pessoa que era eu, assustada, angustiada e alienada de uma realidade tão sofrida que nos tocava a todos.

Hoje senti, que naquela sala, sofri como jamais havia sofrido na Vida. Sofri na Alma, e esse sofrimento não se arranca de nós. Temos que esperar que, com o tempo, ele seja purgado do nosso íntimo. Talvez eu tenha iniciado hoje esse processo. E, apesar da sala vazia que encontrei hoje, apesar da ausência dos rostos maravilhosos e belos de todos quantos nos trataram, senti que aquela sala era a sala da nossa esperança e o corredor de volta à Vida.

Perdoem-me o desabafo lúgubre e algo triste, mas quando criei este espaço, fi-lo com a intenção de todos, (eu incluída), podermos desabafar e falar sem medo de ferir ou chocar os outros.

Hoje percebi que, ainda que algum dia volte à quimio, jamais será naquela sala. E fechei esse capítulo da minha Vida, anseando que o sofrimento se vá também, tal página que se volta no fim de um livro.

Por isso, quando reparo que, para o comum dos mortais, é mais importante sermos belos e perfeitos e lindos, para todos os que passaram por aquela sala, os que ficaram neste mundo, e os que se foram, o mais importante é que, dentro daquelas paredes, as seringas foram nossa maquilhagem, e a quimio foi nosso sangue, correndo nas veias e levando Vida, onde a Morte tinha já tomado lugar e posse.

E assim conclui-se mais uma etapa. E assim continua a Vida. A minha Vida.

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Jardins de Esperança

Hoje foi um dia bom. Daqueles dias que queremos guardar na memória, para quando precisarmos de ter força e aguentar as dificuldades da Vida.

Hoje percebi que, quando Deus fecha uma porta, abre imensas janelas, coloridas, com vasos e flores, e que nos proporcionam momentos de alegria, que no seu todo nos  dãoa ilusão da Felicidade. Janelas abertas há muitos anos, janelas que pensavamos trancadas, perdidas, destruídas ou esquecidas no passado. Janelas que sempre lá estiveram, na iminência de se abrirem para nós, mas que jamais tivemos a coragem de espreitar para o lado de lá.

É por causa de dias como o de hoje que vale a pena viver, que encontramos significado nos contratempos que nos surgem no caminho, pessoas que julgávamos perdidas para sempre.

E a Felicidade é tão somente isso: momentos...Janelas que se abrem para um jardim imenso e perfumado de flores desconhecidas e invulgares, mas que nos aguçam a curiosidade e a vontade de viver.

E por isso, eu agradeço!

Por este dia bom. Pelas pessoas, que forças maiores colocam em meu caminho. Pela Vida...

E por todas as janelas que se abrem todos os dias, do meu coração para o Mundo.

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Video de Reiki em Hospital Espanhol

Olá!

Todos sabem que considero o Reiki extremamente benéfico. Contudo, há já algum tempo que pensava procurar um vídeo que podesse explicar o que é o Reiki, como são feitos os tratamentos e alguns resultados desta terapia.

Assim, hoje deixo-vos com um vídeo dos nossos vizinhos espanhóis, que estão já a utilizar esta técnica. O mesmo se passa já em Portugal em Unidades Oncológicas Hospitalares, como a do Hospital Universitário de Coimbra. o vídeo não tem legendas, mas penso que está perceptível.

Espero que gostem!

http://www.tubehome.com/watch/telemadrid-madrid-directo-reiki-en-hospital-ramn-y-cajal

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Tempo de Acção!

Não podemos viver a Vida em função dos outros. Não podemos olhar para a Vida e pensar que ainda temos tempo para fazer seja o que for que queiramos fazer. Não podemos ser espectadores dos acontecimentos e deixar que os outros sejam os protagonistas. Temos que agir, actuar, cantar e viver, como todos os outros actores deste grande palco em que vivemos.

As segundas oportunidades são raras e, na maior parte das vezes são a última oportunidade que a Vida nos dá para contornarmos as dificuldades que a nossa personagem encontra no guião que lhe foi atribuído. Os segundos são preciosos e cada um que passa, não volta. Não há tempo a perder com a tristeza e com as dúvidas e com as inseguranças. Temos muito trabalho para fazer, muitas coisas para ver e aprender e muito pouco tempo.

Como diz o nosso querido antónio Feio: "Não deixem nada por dizer. Não deixem nada por fazer".

E sejam felizes.

domingo, 17 de outubro de 2010

Video pela Vida e pelo direito à Diferença

Existe um sentimento avassalador que transforma as nossas vidas, e do qual jamais será possível fugir. Existe algo que nos une, Mulheres e Homens, vítimas deste flagelo: a incompreensão daquilo porque se passa, da esperança que por vezes se perde, da tristeza  que a diferença por vezes nos traz, do amor que nos une à Vida, aos nossos, e a todos quantos nos encontramos diariamente, mensalmente e por toda a vida, nos corredores e salas de espera de Hospitais oncológicos, partilhando a dor, a esperança os sorrisos e as lágrimas. Por muito que se tente, jamais voltamos ao que éramos dantes e o mundo tronou-se diferente. Somos a união da força, do sacrifício e do Amor que aprendemos a sentir por todos os seres humanos.

Existem sentimentos que jamais conseguirei expôr em palavras, sofrimentos que jamais conseguirei ultrpassar, medos que se tornaram força motora de vida... Mas, acima de tudo, existe o orgulho de termos percebido o sofrimento de todos aqueles que se encontram nas salas de quimio, nas camas das enfermarias, na colocação de catêteres e em todos os sítios por onde passamos, vendo no olhar de quem nos trata, a força de que precisamos para acreditar que vamos conseguir, que o sofrimento há-de passar e que a Vida vai voltar a ser vivida.

Este vídeo consegue transmitir, em minha opinião, alguns dos sentimentos que jamais conseguirei expressar, sequer a mim própria...

Obrigada por estarem aí, e por tentarem perceber, e apreender a luta pela que se trava diariamente, a cada segundo que passa, pela preservação da Vida.

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Aparências

Quantas vezes te olho,
espelho meu,
e o que vejo,
nada reflecte do que sou.
Não sou aquilo que pareço
nem pareço
o que sinto dentro de mim.
E essa busca,
torna-se "A Busca",
e ninguém compreende
que, cá dentro,
sou espelho partido
onde faltam pedaços.
E essa reconstrução
daquilo que sou
naquilo que quero parecer
faz-me mover
na certeza de que um dia
parecerei aquilo que sou.

Galandriel

domingo, 10 de outubro de 2010

As minhas ausências

Olá, a todos quantos continuam, de quando em vez, a dar uma vista de olhos aqui a este meu cantinho.

Ultimamente tenho andado um pouco ausente, porque sinto que, se viesse aqui escrever-vos algo de positivo, estaria a ser falsa convosco. Também eu, que sempre tento ser positiva e ver a vida com Esperança, tenho os meus dias maus. E para todos que, como eu, passaram por uma situação limite como o cancro, ou outra doença ou acontecimento desgastante ou traumático, aquilo que vou dizer irá, certamente, de encontro ao que também eles terão, eventualmente, sentido, no fim de todo o "stress", quando a tempestade pareceu amainar...

A verdade é que, há dias, em que me sinto perdida, em que a ansiedade se transforma em desespero, quando ponho a hipótese de tudo voltar a acontecer, de ter que passar novamente pela agonia da incerteza, pelo retorno da doença, pelos tratamentos... A minha intenção, ao criar este blog, foi dar início a um espaço onde todos pudessemos trocar experiências e desabafos, onde pudessemos ser nós mesmos, sem máscaras ou fingimentos e sem termos a necessidade de fingirmos que está tudo bem. Assim sendo, resolvi hoje deixar aqui esse testemunho: o testemunho de alguém que venceu algumas batalhas, mas que está a anos-luz de vencer a guerra; que tem medo do que o futuro lhe reserva, isto se houver de facto um futuro; que em todos os aniversários de família pensa se estará cá no próximo ano, festejando esses mesmos aniversários; que se pergunta se verá os filhos crescerem e serem adultos...

Depois da luta pela sobrevivência física à doença e aos tratamentos e às maselas deixadas pelos tratamentos, vem a luta da Alma, a luta pela sanidade mental, a luta pela ausência do medo da Vida.

Assim, desabafo convosco, que persistis em vir aqui, em ler aquilo que de mim a vós dou, e vos agradeço por estardes aí, desse lado, pois às vezes sois os únicos a quem posso falar, sem medo de ferir susceptibilidades.

Obrigada. Muito obrigada.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

A todos os meus Amigos

Existem Almas que caminham, passo a passo, lado a lado, durante anos, pensando que se conhecem. Existem Almas que jamais se viram, e que, apesar da distância, apesar de nunca se verem, conseguem sentir que sempre se conheceram e que partilham os mesmos ideais e as mesmas esperanças.

Descobri que, aqueles a quem damos tudo, aqueles por quem nos sacrificamos e sofremos, nunca são aqueles que nos acompanham nas noites escuras e sofridas da Vida, pois, por qualquer motivo, sempre se afastam na hora da verdade.

Contudo, quando menos esperamos, surgem imensos pontos de Luz, onde anteriormente só existia escuridão, e aquele dizer que diz: "Quando Deus fecha uma porta, abre uma janela", toma dimensão na nossa realidade. E percebemos, que na hora do desespero, todos aqueles a quem demos a mão ao longo da Vida, se encontram ausentes. Porém, as janelas vão-se abrindo e Deus jamais deixa na solidão da noite, aqueles que souberam e tentaram sempre espalhar a Luz em seu redor.

Acredito que, por todas as portas que se fecharam em minha Vida, Deus abriu milhentas janelas, e através dessas janelas, jorraram imensos e infindáveis raios de Sol, e a escuridão terminou e a noite deu lugar ao dia.

Obrigada a todos os raios de Sol de minha Vida, pois foram eles que com seu suave toque de Amor, embelezaram os meus dias cinzentos e amargos, de incertezas e dúvidas e sofrimentos. Porque nós somos o reflexo do que fazemos. E à nossa volta ficam aqueles que, por afinidade e merecimento Deus pôs na nossa Vida para nos trazerem felicidade.

A meus AMIGOS, muito, muito obrigada.

A DEUS, a minha eterna e doce e verdadeira gratidão.



segunda-feira, 20 de setembro de 2010

O medo

Quando terminou o stress dos tratamentos, da cirurgia e de tudo o resto, deparei-me com o medo. O medo de viver depois desta situação quase limite, o medo de não ser aceite devido às minhas diferenças, o medo de que o meu marido deixe de gostar de mim, o medo de que meus filhos possam um dia vir a passar por algo idêntico ao que eu passei, e acima de tudo, o medo de voltar a ficar doente.

Eu ainda não sei lidar com o medo. Ainda não sei que fazer quando sinto que o pânico me invade, e me sinto deprimida, angustiada e sem força. O medo esgota-me, atrofía-me e tira-me a vontade de viver. O medo é o pior sentimento que existe, pois é o sentimento contrário à esperança, que é o sentimento que nos permite sonhar.

A todos que, como eu, sentem este sentimento doloroso e deveras difícil de controlar e ultrapassar, presto a minha inteira solidariedade e compreensão, pois, dado que o medo não se vê, ninguém sabe o quão tolhidos e atrofiados ele pode tornar-nos.

Por isso, vamos inventar a Liga de Luta Pela Esperança?? Eu voto que sim! E espero que todos vocês também.

Obrigada por estarem desse lado e partilharem tudo isto comigo! Torna-se muito mais suportável e ajudam-me a recuperar a minha esperança, na Esperança de um Futuro.

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Há dias assim...

Há dias assim... Dias em que tudo nos magoa, em que o espelho é nosso inimigo, e em que todos parecem dizer tudo quanto não precisamos que nos digam...

E, nesses dias, somos "aliens", pessoas estranhas, que viveram e vivem numa realidade paralela, que ninguém percebe, mas que todos tendem a generalizar e vulgarizar, quando a situação nada tem de vulgar ou de normal. E quase que sentimos que falamos uma outra língua, pois as pessoas ouvem-nos, mas não nos escutam. E às vezes só queremos isso: que nos escutem, sem dizerem nada, sem opinarem, sobre algo que lhes é perfeitamente estranho e desconhecido.

Nesses dias assim, em que tudo me parece triste, e a vontade de chorar, (se calhar com pena de mim, quem sabe?) é demasiado avassaladora, imagino-me daqui a uns anos: com Vida, com Saúde, com o aspecto ideal para a minha idade, sem cicatrizes... e penso que vou conseguir.

Claro que, o futuro a Deus pertence... Mas, não custa sonhar, não é verdade? Ainda é algo que podemos fazer sem ter que pedir permissão a ninguém e sem ter que pagar por isso...

E sorrio, porque afinal, há dias assim... em que a realidade daquilo que vivemos se torna avassaladoramente insuportável e algo insustentável!

Por isso, perdoem-me qualquer coisinha...

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Bill Porter

Hoje, ao dar uma vista de olhos por este blog, na esperança de encontrar aqui algum comentário, ou mais um seguidor, resolvi explorar os perfis dos seguidores do blog, e percebi que num deles, havia um link para outro blog, chamado "Pensamento Positvo".

Achando o nome apelativo, resolvi aceder para ver, e dei de caras com  a história de "Bill Porter". E por que a Vida deve ser feita da partilha da positividade, hoje ofereço-vos este "pedacinho de doçura": trechos da vida de um homem doce, persistente, paciente e fisicamente limitado, que jamais se deixou abater pelas vicissitudes da Vida.

Quando tiverem um bocadinho para se poderem emocionar, num cantinho sossegado de vossa casa, dêem uma vista de olhos a este link http://positivopensamento.blogspot.com/. E sejam felizes, sejam quais forem as vossas limitações.

Viver

A vida acontece todos os dias, por muito que não nos apeteça viver, por muito que achemos que o Mundo pára, só porque nós estamos parados no Mundo. Contudo, o facto de, em determinadas alturas, sermos capazes de, através de uma palavra, conseguirmos mudar um pensamento que seja, de alguém com quem nos cruzamos, já fez com que o nosso dia valesse a pena.

Todos os dias travamos batalhas. Todos os dias remamos contra a maré, todos os dias sentimos que temos que fazer um pouco masi de esforço, neste ou naquele sentido. Mas sem essas lutas interiores, a nossa vida não teria qualquer significado. Olhando para trás, constatamos, tantas vezes, que fomos autênticos guerreiros, "salvadores de pátrias" perdidas algures entre as amarguras da Vida e as desilusões do dia-a-dia.

Jamais podemos perder a fé em nós, nos outros, no Mundo, em Deus, ou no que quere que seja que faz com que, todos os dias nos levantemos da cama e prossigamos na nossa missão: viver um dia mais...

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

E o catêter também se foi...

Olá!

Hoje resolvi falar na primeira pessoa. Hoje, e precisamente hoje, faz um ano que fiz a minha primeira quimio. Hoje, foi-me retirado o catêter, amiguinho que me acompanhou durante esta longa e dolorosa caminhada.

Na sala, enquanto esperava ser chamada para o bloco, fui vendo as pessoas que chegavam, quase todas para pôr catêter, e pensei que, apesar de tudo, se algum dia retornar ali, já não estarei cheia daquele medo estranho do desconhecido. Já saberei o que me espera, quer isso seja bom ou mau.

Queria prestar uma homenagem a todos os profissionais que, diariamente, ajudam milhares de pessoas, assustadas, aterrorizadas, e completamente perdidas numa situação de perfeito medo pela vida. São os únicos que nos olham nos olhos, nos seguram na mão, nos fazem sorrir e nos dão esperança. Se não tivessem sido todos eles, desde as primeiras salas de exames, passando pelas de medicina, quimio, radio, enfermagem e internamento, não sei que seria de nós!

Eles lidam todos os dias com pessoas sentenciadas a grandes sofrimentos, e mesmo assim, conseguem ver beleza em nós, apesar da agressividade dos tratamentos, da nossa falta de cabelo, das nossas mãos e corpos inchados e massacrados.

Eles são Mensageiros do Amor incondicional.

Obrigada. Por existirem e estarem lá para nós. Vocês são a nossa Luz ao fundo do túnel...

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Mensagens implícitas

No nosso dia a dia, enviamos a todos quantos nos rodeiam, mensagens subtis de amor, ódio, inveja, raiva, arrependimento, etc.... Mensagens implícitas nos nossos olhares, nos trejeitos do rosto e da fala, que quem nos conhece, sabe perfeitamente interpretar.

Ás vezes, no decorrer desta batalha que é a Vida, vamos aperfeiçoando o nosso "envio" de mensagens, assim como o nosso "receptor". Com o passar do tempo, tornámo-nos mais subtis e mais sensíveis. Sabemos melhor como fazer e como interpretar.

Ao nosso redor, tudo acontece, sem que nada aconteça por acaso. As pessoas que vamos conhecendo, apesar de por vezes acharmos esses conhecimentos desfasados no tempo, são o resultado de um trajecto imenso,  percorrido através do emaranhado que é a Vida.

As mensagens de Amor implicitas no olhar que nos é devolvido, são por vezes o sonho a que aspiramos, quando nada mais nos resta senão sonhar, pois toda a realidade parece desprovida de qualquer graça ou sentimento vulcânico, que faz tanta falta à Vida.

E enviamos mensagens implícitas, não explícitas, por que temos medo do ridículo que seria se nosso sonho fosse desvendado. E continuamos em fantasia pura, sem maldade, mas necessária para a nossa sanidade mental, de ser Humano perdido em teia estranha de acontecimentos alheios à sua vontade.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Comigo...

Existe um lugar
em mim,
tão díficil de se lhe chegar
que se tornou
em meu refúgio secreto,
local adorado
onde não preciso fingir.
Quanto mais profundo
sinto
percebo que não estou só.
Estou comigo.
Esta Caminhada a mim
pertence
pois só, estarei acompanhada,
e em mim
sempre terei companhia.

E meu refúgio
sou Eu:
lugar indefinido,
inatingível
e divino.
Lugar onde habita
Deus,
dentro de mim.

                                        Anabela Araújo

terça-feira, 31 de agosto de 2010

Continuar a Viver

Depois de todo o stress e ansiedade gerados pelo aparecimento e consequente tratamento da doença, muitas de nós, passada toda esta fase, se perguntam sobre o que fazer a seguir, dado que nada é igual ao que era, mas que temos que continuar com a nossa Vida.

Ao ser-nos dada uma nova oportunidade de viver, parece-me por bem aproveitar. Aproveitar, para mim, significa ter a coragem de tentarmos fazer aquilo que sempre achamos íriamos ter tempo para fazer mais tarde. Como todos nós já demos conta, o mais tarde pode acontecer mais cedo do que aquilo que contamos. Assim, penso que devemos VIVER no sentido lato da palavra... Ou seja, não vegetarmos, mas vibrarmos todos os dias, dando graças a Deus por mais um dia que nos é dado.

Desistir não é palavra para o dicionário daqueles que lutam todos os dias pela Saúde nas suas vidas. Há batalhas a travar, mas travêmo-las através da Alegria e do Amor ao Próximo. Sejamos exemplo de Vida, para que todos aqueles que nos vêem saibam, que apesar de todas as limitações causadas pelos tratamentos, pelas cirurgias e pela doença, não ficamos parados com pena de nós próprios.

A nossa função, obrigação e missão, é VIVER, passando o testemunho da Vida a todos quantos se sentam na tentação de desistir.

Só assim estaremos fazendo justiça à segunda oportunidade que nos foi dada.

Por isso, continuem a Viver, e sejam Felizes....

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

O "Porquê" do Reiki

Há já muitos anos que sentia curiosidade sobre esta terapia complementar. Quando me foi diagnosticado cancro, tinha-me finalmente inscrito para fazer o I Nível de Reiki, coisa que fiz, exactamente 10 dias após ter feito a minha primeira quimio.

Sei que, para muitos, o facto de eu constantemente afirmar que o Reiki me ajudou imenso, durante os tratamentos, parece quase uma piada, pois aparentemente o Reiki parece coisa de filósofos ou sonhadores, pessoas que apelam ao Amor e pouco mais...

Mas, a verdade é que a partir do momento que fui sintonizada  (I Nível de Reiki), comecei a fazer auto Reiki, e a verdade é que fiz oito tratamentos de quimio agressiva a trabalhar, e aquando da minha cirurgia, (que aconteceu depois da quimio visto os meus tumores serem muito grandes), os resultados não poderiam ter sido melhores, dado que houve uma resposta quase completa em termos de cura!

Por isso, deixo aqui o apelo: experimentem... Talvez valha a pena!!

sábado, 21 de agosto de 2010

A ajuda...

Se, hoje em dia, a depressão é uma das doenças mais presenciaias da sociedade, é perfeitamente plausível dizer que ela é quase uma constante nas pessoas com qualquer tipo de cancro.

Para além do efeito físico nefasto da quimio no cérebro, existem todas as outras agravantes psicológicas inerentes à doença.

Contudo, existem formas de podermos controlar a depressão. Claro que a primeira e a mais utilizada, são os antidepressivos e calmantes. No entanto, há que fazer algo mais, no sentido de tornarmos a dependência menor e sermos capazes de, no fim dos tratamentos e após finalizar este ciclo de transformações, sermos capazes de ter uma vida normal, dentro de que é possível a doentes oncológicos.

Não podemos deixar-nos levar pela dor. Há que ser persistentes e lutar para voltarmos a encontrar a alegria de viver, para voltarmos a ser o tipo de pessoas que éramos anteriormente, e para podermos também ajudar todos quantos estão no início desta caminhada e se sentem tão assustados como nós nos havíamos sentido.

Ao termos uma segunda oportunidade na Vida, ao sermos um exemplo de que Deus dá segundas oportunidades, não podemos perder um minuto sequer. Temos que vivenciar a Vida o melhor possível todos os dias e não desperdiçar este dom maravilhoso que é estarmos vivos.

Por isso, AJUDEM todos quantos estão neste momento a iniciar a caminhada.

A AJUDA é ferramenta poderosa para a nossa felicidade e contribui imensamente para a felicidade dos outros.

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

A diferença...

Quando fiquei doente, achei que jamais conseguiria suportar todos os inconvenientes físicos inerentes aos tratamentos da doença, e o que vinha em primeiro lugar era, sem dúvida, a perda de cabelo.

Em consequência desse facto, decidi que jamais ía pensar nesses assuntos, pois queria reservar as minhas forças para o que considerava de facto importante: o manter-me o mais saudável possível dentro do que a doença me permitia.

Contudo, não foi o facto de ter que rapar o cabelo antes de este cair, nem foi o facto de estar constantemente mal disposta e dorida, nem sequer o ter que viver com uma sentença de morte pendente, que se tornou difícil de ultrapassar... Foram as pessoas. As pessoas que conviviam comigo, e que aos poucos se foram apercebendo do meu estado, e que me foram abandonando, devagarinho e em silêncio, que quase destruiram a minha Alma. Pois, se há coisa de que de facto precisamos, é de nos sentirmos normais. No entanto, a solidão que se instala, os olhares de soslaio, o fazerem de conta que não nos viram, para não encararem frontalmente as diferenças fisionómicas que vão ocorrendo no dia a dia dos tratamentos, tornam-se quase insustentáveis.

Assim, apelo a todas que neste momento estejam a passar por esta situação, para que não desanimem. A culpa não é vossa. Se calhar nem deles, que fogem de nós. A culpa é desta sociedade que tornou este assunto tabu, que fez do Cancro um monstro, e que faz de todos quantos forem atingidos por ele, verdadeiros mutantes...

Falem, sem receio de incomodarem, para que todos percebam que não são os doentes que têm que disfarçar as alterações nefastas da quimio... São vocês que precisam de ajuda, de conforto, de consolo e de carinho. Então, por que é que são vocês que confortam e consolam e ajudam, aqueles que, supostamente deveriam estar a fazer isso convosco?

A sociedade tem que mudar, para que o doente oncológico se sinta mais normal, menos incomodativo e mais integrado.

A doença já é preocupação suficiente. Tudo o quanto é necessário para os doentes prosseguirem sem medo. é dar-lhes AMOR. A DIFERENÇA mata...