sábado, 14 de janeiro de 2012

Enfrentando o MEDO



O frio corta até aos ossos,
e sinto medo do escuro...
De repente,
ouço o estrondo da tempestade,
e sinto ganas de correr,
a esconder-me em qualquer buraco,
em qualquer canto invisível...

Sinto-me miseravelmente só.
Sinto-me tremendamente frágil.
Sinto-me cansada de fugir.

Foi então que me ergui,
saí do buraco fétido onde me escondera,
caminhei e enfrentei os trovões,
o vendaval, a chuva avassaladora...
E foi aí que me apercebi da beleza
a que me privara...
Os raios cortavam os céus negros,
a chuva brilhava à sua luz,
o vento fazia dançar as árvores,
num baile louco e incontrolável....
Fustigava-me a roupa, a cara, o corpo....
Mas, jamais me senti tão viva,
como no meio daquele temporal,
ao qual me esquivei imensamente...

Hoje sei, que não seria a mesma,
se não tivesse enfrentado o meu medo irracional.
Não teria visto a tempestade,
não teria sentido seu impacto,
jamais teria recuperado a minha sensibilidade.

O medo, tolda-nos o espírito,
inibe-nos, aprisiona-nos...
Não nos permite a felicidade.

Só depois de perceber
que o medo não mete medo,
voltei a ter capacidade para ser feliz.

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